É lamentável quando mentiras se tornam verdades apenas por sermos incapazes ou preguiçosos para buscar a confirmação dos dados e fatos que nossos governantes nos apresentam nesses dias de busca quase insana pelo poder e pelo acesso aos cofres públicos. Parece que nos desinteressamos pela Democracia, que está prestes a se tornar apenas mais uma falácia, mais uma palavra sem sentido proferida em meio a outras tantas pelos hipócritas e facínoras que hoje nos governam. Parece que perdemos o interesse pela verdade, não a fabricada pelos partidos políticos, mais sim aquela pautada em documentos e evidências confirmáveis. Parece termos perdido também o encanto pela ética, pelos princípios morais elevados, pois não nos manifestamos contra os descalabros que são cometidos por aqueles que deveriam nos representar e por nós governar. Temos visto um presidente venal, que mostrou a sua cara, como "nunca antes na história desse país", banalizar e negar o crime, seja este uma "simples" agressão ao adversário político ou atos de corrupção que alcancem cifras estratosféricas, em reais, dólares ou euros, mesmo que eles aconteçam ali, bem pertinho dele, no gabinete da Casa Civil. Vemos essa mesma figura dantesca abandonar protocolos e cuspir no decoro que o cargo exige para se tornar cabo-eleitoral, assumindo um comportamento não de Presidente da República, mas de sindicalista lutando pela sua classe, a dos desclassificados da esquerda viúva da URSS, que estão sucateando este país, desmoralizando as instituições nacionais, aparelhando e comprando os Poderes da República e zombando da Constituição e das Leis, como se estivessem acima delas... Parece que não nos resta alternativa, senão assistir aos atos de cinismo, a manipulação da informação, ao crescimento de programas assistencialistas, a inércia do Congresso e o clientelismo do Judiciário... Parece nada termos a fazer a não ser nos conformarmos com a manutenção de uma carga tributária extorsiva, para alimentar a máquina populista desta triste oligarquia política que após vinte e cinco anos ainda nos promete o "País do Futuro". Parece que somos meros espectadores, que pagaram caro para assistir a um filme ruim em uma sala de cinema, porém sem a chance de abandonar a sessão no meio... Parece que não a há quem recorrer, pois todos estão anestesiados ou extasiados com os acontecimentos. Parece que esquecemos que o Estado somos todos nós e não apenas eles. Parece que esquecemos que colhemos apenas aquilo que plantamos. Parece, apenas parece...
Para os que não estão contaminados por essa ridícula polarização eleitoral vale a leitura do texto do Jabor, mais uma vez objetivo, mordaz e esclarecedor, que inspirou o desabafo acima. Blog:
Blog do Diego
Postagem: O Jabor está ótimo no Estadão
Link: http://diegoreporter.blogspot.com/2010/10/o-jabor-esta-otimo-no-estadao.html